Artesanato como meio de sobrevivência
O trançado de piaçava de Porto de Sauípe, litoral norte da Bahia, faz arte
de uma longa convivência desta comunidade com o meio-ambiente, representada na
coleta de matérias-primas regionais, no tingimento com corantes naturais e nas
formas criativas dos desenhos.
Ofício fundamental para complementar a renda familiar de uma comunidade de
pescadores, este produto artesanal resulta de um trabalho coletivo de artesãos
que trançam e costuram, mostrando que é possível sobreviver com dignidade e
respeito às pessoas, à tradição e à natureza. O processo que envolve a produção
de uma simples bolsa pode ser visto como um micro-cosmo da visão de mundo
local. A confecção de um produto mobiliza grupos de mulheres para a coleta da
matéria-prima em lugares afastados, a secagem, o tingimento, o desfiamento da
palha, o trançado e a costura final.
Essas atividades propiciam a convivência e a solidariedade entre os grupos
de mulheres como forma de respeito à comunidade e exercício de cidadania.
O Projeto Trança do Mar foi desenvolvido com 47 pessoas ligadas à Associação
de Artesãos de Porto de Sauípe, que tradicionalmente trançam em palha de
piaçava.
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